Mito 1: A terapia é para pessoas "fracas"

As dificuldades psicológicas por vezes são encaradas como um sinal de "fraqueza". Desta perspetiva, resolvê-las passa por "ter força de vontade", ou "uma atitude positiva". Assim, o recurso a um profissional especializado é visto como indicador de um "fracasso" a este nível, significa que a pessoa "não foi capaz" de resolver o problema sozinha… É interessante comparar esta atitude com a forma como encaramos outras dificuldades na nossa vida. Quando temos um problema de saúde física, ou a necessidade de aprender mais sobre um determinado tema, ou uma avaria num equipamento, isto não significa nada de negativo sobre nós, certo? Sabemos que aquilo que podemos fazer sozinhos nos leva só até certo ponto, e aceitamos isso com naturalidade, verdade? Marcamos uma consulta médica, inscrevemo-nos num curso, contactamos um técnico, e não sentimos culpa nem vergonha por o fazermos, pois não?

As dificuldades psicológicas significam tanto (ou tão pouco) sobre a nossa "força" ou "fraqueza" como qualquer outra dificuldade que nos surja na vida. Procurar um terapeuta tem tanto (ou tão pouco) de "sucesso" ou "fracasso" como o recurso a qualquer outro profissional. Aliás, a capacidade de identificar um problema e de procurar ajuda especializada para o resolver será, acima de tudo, indicador de um conjunto de competências.