Por vezes as pessoas hesitam em iniciar uma terapia por terem receio de que esta as faça sentir pior. Podem ter medo que a terapia confirme os seus piores receios sobre si próprias, de que são "loucas", "defeituosas" ou "más". Podem ter medo que o terapeuta as julgue, critique ou culpe pelas suas dificuldades. Podem ter medo que a terapia force a abertura da "caixa de pandora" e liberte de uma só vez todas as experiências dolorosas que aí foram sendo guardadas ao longo de toda a sua vida. Contudo, isto não traduz aquilo que realmente acontece. Os terapeutas encorajam as pessoas a expressar os aspetos de si sobre os quais têm receios. Mas o seu foco está sempre em compreender esses aspetos e refletir sobre esses receios, num ambiente seguro. Os terapeutas encorajam as pessoas a caminhar através das questões que as perturbam, e esse caminho, por vezes, é difícil. Contudo, esta caminhada tem um objetivo, o ritmo é aquele que a pessoa consegue tolerar, e o terapeuta está lá, ao lado dela.
A terapia envolve algum grau de desconforto. Mas não tanto como algumas pessoas receiam, e não mais do que cada pessoa consegue gerir em cada momento. Sobretudo, pretende-se que o desconforto, sendo inevitável, não seja improdutivo. Que seja um passo importante no sentido de a pessoa vir a sentir-se melhor.