Mito 2: A terapia é para pessoas "loucas"

Por vezes, as pessoas encaram a terapia como algo para aqueles que apresentam algum tipo de perturbação psicológica. Contudo, isto não é bem assim. Em primeiro lugar, a maioria das pessoas que procura terapia não se enquadra nos critérios de diagnóstico de nenhuma perturbação. São pessoas «comuns». Trazem problemas «comuns». Em segundo lugar, um diagnóstico de perturbação psicológica tem um significado muito relativo. Estas perturbações podem ser de natureza muito variada. Surgem em diferentes graus. Podem ser mais ou menos temporárias. São apenas uma dimensão, entre outras, do funcionamento da pessoa. Além disso, a própria definição do que «é» ou «não é» perturbação tem vindo a mudar ao longo do tempo. A perturbação psicológica não define as pessoas (elas não são «loucas») nem as coloca num grupo à parte (elas não são «os outros»).

A terapia pode ser útil para uma grande variedade de pessoas e numa grande diversidade de situações. Sem perturbação psicológica, com perturbação ligeira, moderada ou grave. Para as pessoas com uma dificuldade pontual, para as pessoas numa fase difícil, para as pessoas que sempre se conheceram com dificuldades. A terapia é para todas as pessoas que pretendam mudar algo em si próprias, na sua relação com os outros, ou na sua vida.